Sono impossível
Quero dormir. Preciso de mais sono.
Fecho a porta, as cortinas, desligo as luzes.
Meu quarto é o útero onde pretendo
Descansar por necessários nove meses.
Não me afaga o travesseiro, nem o lençol.
A minha cama, depois de todos esses anos,
Não faz a mínima idéia de como se acalenta
A hiperatividade do abandono.
Sonho que o tempo passa. Porém,
Quando abro os olhos, meu relógio diz
Que sequer adormeci por meia hora.
E eu vivo a sensação contínua
Que a dor que se prolonga dura um dia
Que impressionantemente não se acaba.
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