11.10.01

Os campos estão secos

Pai, os campos estão secos. Nada cresce
Nestas terras. Não chores, pai, sobre este solo
Que não podes regar estas sementes
Com o sal esperançoso dos teus olhos.

Os campos, pai, estão secos. Mas nós,
Que tanto suor deixamos neste piso,
Não desaprendemos a suar. Andemos.
Levaremos nossas mãos a outros terrenos,
Nossos pés hão de pisar um pasto novo
Que nos receberá agradecido e fértil.
Dói-te, pai. Eu vejo. Mas se aqui ficares,
Se junto destes campos tu secares,
Nem saudade dos bons tempos da colheita
Verás germinando no teu peito.

Vem, pai, que eu te ajudo. Não desistas,
Que sempre vinga o amor no que tu plantas,
Mas nestes campos, pai, tudo secou.

Nenhum comentário: