13.10.01

Soneto de Copacabana

Copacabana madrugava fria
E, na Avenida Atlântica, sem sono,
Eu caminhava a trilha do abandono
E o sujo meretrício me assistia.

De repente, uma puta me assedia,
Me pega a mão, mas nada eu intenciono.
Agradeço, recuso ser seu dono
Por cinqüenta paus/hora e dou bom dia.

Antes de me deixar seguir meu passo,
Pediu-me com doçura um quente abraço,
Que lhe emprestasse dignidade humana.

Ela encontrou calor numa frieza
Como eu, que tive nojo e vi grandeza
No dia que entendi Copacabana.

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