14.2.02

Soneto das cinzas

Manhã de quarta-feira, e o carnaval
Termina, nessas cinzas de euforia,
Num último suspiro de folia,
Num beijo suado, num abraço e um tchau.

São finadas a febre e a fantasia.
O estandarte é esquecido a meio-pau,
E ficam só cansaços do final,
E nos resta dormir, que já é dia.

Adeus a essa alegria fevereira,
Que ninguém sente mais na quarta-feira
Depois que silencia o último bumbo.

E eu me encontro de novo com a rotina,
Vestida de pierrô sem colombina,
O eterno fim de festa ao qual sucumbo.

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