22.2.02

A tempestade e eu

As ruas feitas córregos e rios,
As roupas ensopadas, os bueiros
Entupidos. Escutam-se os primeiros
Trovões, quedas de postes, assovios;

Sob as nuvens de cinza e os céus sombrios
Sirenes, ambulâncias e bombeiros,
Os gritos aos que fogem, corredeiros,
Rumores de tragédias, arrepios,

O desabrigo enchente após enchente...

(Tu tens pensado em mim ultimamente?
Ando com tantos sóis no meu olhar...)

... até que o cinza some, fuzilado
Por raios dum alívio esperançado,
A bonança que exige retornar.

Nenhum comentário: