A tempestade e eu
As ruas feitas córregos e rios,
As roupas ensopadas, os bueiros
Entupidos. Escutam-se os primeiros
Trovões, quedas de postes, assovios;
Sob as nuvens de cinza e os céus sombrios
Sirenes, ambulâncias e bombeiros,
Os gritos aos que fogem, corredeiros,
Rumores de tragédias, arrepios,
O desabrigo enchente após enchente...
(Tu tens pensado em mim ultimamente?
Ando com tantos sóis no meu olhar...)
... até que o cinza some, fuzilado
Por raios dum alívio esperançado,
A bonança que exige retornar.
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